Frequentemente ouvimos a frase
"somos todos cristãos". Será verdade? Nossos antepassados anabatistas
foram os primeiros a propor e defender o princípio de liberdade de pensamento e
de religião. Sendo, assim, respeitamos o direito de cada um professar sua
própria fé, mas isto não quer dizer que tenhamos que concordar com seus erros.
Nosso princípio basilar, de onde
resultam todas as nossas crenças e práticas, é que, sendo a Bíblia o registro
fiel da revelação de Deus, ela é a suprema regra de fé e prática. A igreja
romana crê, ao lado da Bíblia, na sua tradição religiosa, e acima da Bíblia, na
palavra do Papa. Os primeiros cristãos perseveravam na doutrina de Cristo
ensinada pelos apóstolos (Atos 2:42), e o apóstolo Paulo declarou que qualquer
outro evangelho diferente do que ele ensinou deve ser desprezado (Gálatas
1:6-9).
A igreja romana ensina a
necessidade de sacerdotes (padres) que nos levem a Deus. Ensina que os pecados
devem ser confessados a eles para serem perdoados. O papa é considerado o
representante de Cristo na terra. Cremos no que a Bíblia ensina: por meio de
Cristo temos livre acesso a Deus, e devemos pedir perdão diretamente a ele, sem
intermediação de homem algum (Hebreus 4:14-16, I João 1:9, 2:1).
A igreja romana ensina que a
graça de Deus nos vem por meio dos sacramentos e das obras. Cremos o que a
Bíblia ensina: graça é favor imerecido que nos vem unicamente pela fé em Cristo
(Efésios 2:8-9).
Quanto a instituição do papado, é
essencial lembrar que o apóstolo Pedro não quis ser adorado declarando ser um
homem como os demais (Atos 10:25-26). Também colocou-se na mesma posição dos
outros pastores, e exortou-os a liderarem sem serem dominadores, mas dando
exemplo (I Pedro 5:1-3). Sabendo que a autoridade espiritual pertence à Bíblia,
que temos livre acesso a Deus, e que pastores não devem ser dominadores,
percebemos que o papado é uma instituição humana que não encontra respaldo
bíblico.
Finalmente, a igreja romana
pratica a idolatria ao venerar os chamados "santos". A Bíblia declara
que a idolatria é pecado, e que idólatras não entrarão no Céu (Êxodo 20:4-5,
Salmos 115:4-8, Romanos 1:21-23, II Coríntios 6:14, Apocalipse 22:15).
Não podemos esconder a verdade,
seja lá qual for o pretexto alegado: Cristão é aquele que segue fielmente os
ensinamentos de Cristo, aceitando-o como único Senhor e Salvador (João 15:14,
Atos 11:21-26). Desejando evitar a possibilidade de ferir a sensibilidade de
outras pessoas, muitos crentes evitam ensinar esta verdade. Entretanto, só há
arrependimento e salvação quando há consciência do erro. Se concordarmos com a
falácia de que todos são cristãos, estaremos impedindo a conscientização do
erro e a aceitação do evangelho. A Bíblia ensina a seguirmos a verdade em amor
(Efésios 4:15). Portanto, o anúncio da verdade deve ser feito com amor, e
motivado pelo amor. Mas em nome do amor não podemos deixar de falar a verdade
que leva à salvação. Anunciemos as boas
novas de salvação em Jesus Cristo a todas as pessoas.
Dalton S. Lima