terça-feira, 24 de dezembro de 2013

SOMOS TODOS CRISTÃOS?

Frequentemente ouvimos a frase "somos todos cristãos". Será verdade? Nossos antepassados anabatistas foram os primeiros a propor e defender o princípio de liberdade de pensamento e de religião. Sendo, assim, respeitamos o direito de cada um professar sua própria fé, mas isto não quer dizer que tenhamos que concordar com seus erros.
Nosso princípio basilar, de onde resultam todas as nossas crenças e práticas, é que, sendo a Bíblia o registro fiel da revelação de Deus, ela é a suprema regra de fé e prática. A igreja romana crê, ao lado da Bíblia, na sua tradição religiosa, e acima da Bíblia, na palavra do Papa. Os primeiros cristãos perseveravam na doutrina de Cristo ensinada pelos apóstolos (Atos 2:42), e o apóstolo Paulo declarou que qualquer outro evangelho diferente do que ele ensinou deve ser desprezado (Gálatas 1:6-9).
A igreja romana ensina a necessidade de sacerdotes (padres) que nos levem a Deus. Ensina que os pecados devem ser confessados a eles para serem perdoados. O papa é considerado o representante de Cristo na terra. Cremos no que a Bíblia ensina: por meio de Cristo temos livre acesso a Deus, e devemos pedir perdão diretamente a ele, sem intermediação de homem algum (Hebreus 4:14-16, I João 1:9, 2:1).
A igreja romana ensina que a graça de Deus nos vem por meio dos sacramentos e das obras. Cremos o que a Bíblia ensina: graça é favor imerecido que nos vem unicamente pela fé em Cristo (Efésios 2:8-9).
Quanto a instituição do papado, é essencial lembrar que o apóstolo Pedro não quis ser adorado declarando ser um homem como os demais (Atos 10:25-26). Também colocou-se na mesma posição dos outros pastores, e exortou-os a liderarem sem serem dominadores, mas dando exemplo (I Pedro 5:1-3). Sabendo que a autoridade espiritual pertence à Bíblia, que temos livre acesso a Deus, e que pastores não devem ser dominadores, percebemos que o papado é uma instituição humana que não encontra respaldo bíblico.
Finalmente, a igreja romana pratica a idolatria ao venerar os chamados "santos". A Bíblia declara que a idolatria é pecado, e que idólatras não entrarão no Céu (Êxodo 20:4-5, Salmos 115:4-8, Romanos 1:21-23, II Coríntios 6:14, Apocalipse 22:15).
Não podemos esconder a verdade, seja lá qual for o pretexto alegado: Cristão é aquele que segue fielmente os ensinamentos de Cristo, aceitando-o como único Senhor e Salvador (João 15:14, Atos 11:21-26). Desejando evitar a possibilidade de ferir a sensibilidade de outras pessoas, muitos crentes evitam ensinar esta verdade. Entretanto, só há arrependimento e salvação quando há consciência do erro. Se concordarmos com a falácia de que todos são cristãos, estaremos impedindo a conscientização do erro e a aceitação do evangelho. A Bíblia ensina a seguirmos a verdade em amor (Efésios 4:15). Portanto, o anúncio da verdade deve ser feito com amor, e motivado pelo amor. Mas em nome do amor não podemos deixar de falar a verdade que leva à salvação. Anunciemos  as boas novas de salvação em Jesus Cristo a todas as pessoas.

Dalton S. Lima

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

CRIACIONISTAS SIM, FUNDAMENTALISTAS NÃO

Os inimigos intolerantes do criacionismo são muito hábeis no uso de sua estratégia de fazer crer que criacionismo é sinônimo de fundamentalismo. Utilizam-se do fato de que é uma das crenças defendidas pelos fundamentalistas. Entretanto, existem outras características que definem o fundamentalismo protestante, como, por exemplo, o seu conceito de inspiração da Bíblia (ditado verbal), a predestinação calvinista, a escatologia pré milenista, e a hermenêutica tendenciosa a desconsiderar contextos históricos, literários e gramaticais. Portanto, fundamentalista é aquele que abraça o conjunto de postulados teológicos que caracterizam o fundamentalismo. Quem opta pelo criacionismo como explicação para a existência do universo e dos seres vivos não é necessariamente um fundamentalista.
Os inimigos intolerantes do criacionismo também alegam a similaridade com o fundamentalismo afirmando que os criacionistas lutam pela inclusão do ensino do seu ponto de vista nas escolas. É importante distinguir que os fundamentalistas lutaram pela proibição do ensino da teoria evolucionista nas escolas de alguns estados dos Estados Unidos da América. Defender a inclusão do ensino do criacionismo nas escolas é uma atitude totalmente diferente, pois não há nada de irracional ou anticientífico em que as pessoas conheçam os dois lados da questão. Mas o que acontece atualmente é que muitas informações científicas não chegam aos bancos escolares e nem à mídia. E se uma aberração científica como a teoria da evolução pode ser ensinada nas salas de aula, porque o criacionismo, que possui ampla base filosófica e científica, não pode também ser ensinado? Será que a dificuldade para que isto aconteça é de natureza ideológica, e não científica?
Li a obra de Charles Darwin “A Origem das Espécies”. Se a genética e a bioquímica já existissem à sua época, bem como outros ramos da ciência, sua teoria seria rejeitada, e quem sabe, até cairia no esquecimento. Mas hoje já temos a genética e a bioquímica. Michael Behe, por exemplo, bioquímico da Universidade de Lehigh, Pensilvânia, EUA, demonstra em seu livro “A Caixa Preta de Darwin” (Ed. Zahar, 1997) como os intrincados processos químicos que ocorrem nos seres vivos contrariam totalmente a “lógica” evolucionista e apontam para um planejamento inteligente dos seres vivos. Outro exemplo de informação negada aos alunos escolares: A idade atribuída à terra, e o tempo atribuído às etapas formadoras de suas características propícias à existência de vida, não dão tempo suficiente para que o surgimento da vida e a evolução das espécies tenha acontecido (Heeren, Fred. Mostre-me Deus. Clio Editora. p. 53). Além disto, o astrofísico Edward Argyle, usando a teoria da informação, que a mede em bits, concluiu que parece impossível que a vida tenha surgido do acaso, pois as informações contidas nos códigos genéticos são muito grandes e complexos. Mesmo partindo de um caldo riquíssimo em substancias orgânicas, não se chegaria a mais que 200 bits, quando uma simples bactéria E. Coli contém 6 milhões de bits de informação em seu código genético (opus cit p. 92). É estarrecedor que, diante das descobertas científicas, a teoria da evolução continue monopolizando a mídia. O que queremos é que todos tenham acesso a todas as informações.
À que se presta, em última análise, a defesa do Evolucionismo? É patente que a teoria evolucionista serve à tentativa de eliminar Deus da existência humana. O biólogo evolucionista Richard Dawkins, autor de “Deus, Um Delírio”, é ferrenho defensor do ateísmo. O documentário “Porque Há Algo Errado com o Ateísmo”, levado ao ar pela emissora de tv Infinito no dia 29 de março de 2010, apresentou a estatística de que 75% dos ateus tornaram-se assim ao terem contato com as idéias de Charles Darwin.

O início do capítulo III da Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira afirma que “Por um ato especial, o homem foi criado por Deus à sua imagem e conforme a sua semelhança, e disso decorrem o seu valor e dignidade (Gênesis 1:26-31; 18:22; 9:6; Salmos 8:1-9, Mateus 16:26)”. Notem que ela concorda com a narrativa bíblica ao afirmar que o homem foi criado por um “ato especial” de Deus, e não por um processo evolutivo. Nossa Declaração Doutrinária, de embasamento teológico ortodoxo, é criacionista, sem sombra de dúvida. Assim sendo, ao optarmos pelo criacionismo, estamos optando racional e biblicamente pelas doutrinas batistas.
Dalton S. Lima

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

OS NÃO TÃO INOCENTES ÍDOLOS TEENS


            Segundo a revista Veja, Joe Jonas, do apreciado grupo musical teen Jonas Brothers, afirmou que começou a fumar maconha aos 17 anos convencido por Miley Cyrus e por Demi Lovato. À época Miley Cyrus estrelava o seriado adolescente Hannah Montana. Hoje ela tenta firmar-se como cantora por meio de performances quase pornográficas. Outro ídolo teen considerado "inocente" é Justin Bieber. Em sua agenda de shows no Brasil cometeu impropriedades, abusos e grosserias fartamente divulgadas pela imprensa. Recentemente gravou um clip com insinuações sexuais para divulgar uma de suas músicas. Há muitos outros astros, adolescentes ou não, gravando canções agradáveis e envolventes, posando com carinhas simpáticas de boas moças e rapazes, tendo, entretanto, condutas totalmente anticristãs.

            Fico imaginando qual será a influência do comportamento destes artistas sobre as vidas das crianças, adolescentes e jovens que aprenderam a aprecia-los e até a idolatra-los, muitas vezes até com o apoio ou cumplicidade dos pais. Só pode ser influência ruim. Causa-me muita estranheza que os pais, principalmente os evangélicos, fechem seus olhos e se alienem quanto a este risco. Mais perplexo ainda eu fico quando evangélicos tentam até "cristianizar" estes ídolos, afirmando que eles são também evangélicos. Em suas cabeças não há mais motivo algum para preocupações. Alguns pais afirmam que é só uma fase que logo passará e acomodam-se permitindo que seus filhos fiquem expostos. Infelizmente, para muitos adolescentes e jovens é só o início de uma triste jornada de conformação aos valores mundanos que os afastarão cada vez mais de uma vida de autêntica comunhão com Deus (Romanos 12:2, I João 2:15-17).

            A música é muito poderosa para transmitir ideias e moldar comportamentos, pois ela está profundamente ligada aos sentimentos. A mensagem de sua letra e até as atitudes dos músicos podem ir direto aos corações e mentes dos ouvintes. Existem muitos adolescentes que procuram vestir-se e agir como seus ídolos musicais. Inegavelmente, a música é um fator decisivo nesse processo de identificação. Embora a possibilidade de produzir e apreciar música sejam uma dádiva de Deus, Satanás procura usar esse poder da música para seduzir as pessoas e destrui-las. Portanto, temos grande responsabilidade em relação à música que escolhemos para ouvir ou que produzimos. Devemos usar a música para a nossa edificação espiritual e para aproximar as outras pessoas de Deus.

            Lembro-me que quando era criança e meus irmãos mais velhos adolescentes, em nossa casa não faltava o que havia de melhor em música evangélica daquela época. Meu pai comprava discos com gravações de hinos orquestrados, negros espirituals, quartetos, solistas e corais. Ensinou meus irmãos a tocarem violão usando hinos e belas canções sacras. Frequentemente levava à nossa igreja grupos vocais e instrumentais que agradavam aos jovens. Nossos pais não nos proibiram de ouvir Beatles e outros astros da época, mas também deixavam bem claro que isto não era edificante para nós. Ir a um show? Sabíamos que nunca teríamos sua aprovação para algo tão incoerente com os valores cristãos que nos transmitiam. Louvo a Deus porque foram sempre amorosos, porém firmes e esclarecedores conosco, e o efeito do esperado e desejado em oração aconteceu. Fiz a minha escolha pela verdadeira música de Deus, produzida por servos de Jesus com o objetivo de glorifica-lo. Não quero música simplesmente para satisfazer minha necessidade estética. Quero música que me edifique e me conforme mais à vontade de Deus.

            Queremos o melhor para nossos filhos e estamos atentos quanto aos perigos evidentes ou imediatos, mas devemos lembrar que as estratégias que o inimigo usa são frequentemente muito sutis. Por isso, desejo desafiar os pais a serem mais vigilantes quanto à música, e não só isto, mas a usá-la positivamente para a conversão e edificação de seus filhos. Também quero lembrar aos jovens e adolescentes que precisam fazer uso de sua capacidade de escolha para escolher somente aquilo que traz crescimento espiritual, conforme a Bíblia nos exorta: "Todas as coisas são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas são lícitas, mas nem todas as coisas edificam." (I Coríntios 10:23). Apliquem este princípio bíblico também à música: decidam firmemente escolher somente a música que realmente nos edifica.
 
Dalton S. Lima