segunda-feira, 12 de abril de 2021

QUEM ESTÁ POR TRÁS DE TUDO?

Muitos especulam se essa pandemia é resultado de mutação natural de um vírus, se é obra de Deus, ou do Diabo (por meio das mãos de homens que desenvolvem armas biológicas). Alguns afirmam que Deus a enviou para que os homens se arrependam. Os que afirmam que foi o Diabo, alegam que o motivo é tentar enfraquecer a obra de Deus.

É necessário examinar o contexto da pandemia, não só considerando seu aspecto sanitário e suas consequências em outras áreas, como também os desdobramentos políticos e sociais causados por aqueles que a usam como pretexto para controle social, lucros indevidos, e tentativa de hegemonia ideológica. As conclusões desse exame devem, então, serem comparadas com a Bíblia.

No Brasil, por decisão do STF, o poder para decisões de medidas de combate à pandemia passou aos governadores e prefeitos (incluindo o poder de proibir cultos). Alguns deles estão respeitando nossa constituição e nossas leis, e tomando boas medidas para o combate à pandemia. Outros não. Houve casos de extrema arbitrariedade e até violências, inclusive contra a liberdade religiosa. Entende-se, evidentemente, a necessidade de medidas sanitárias para debelar a pandemia, mas não o desrespeito aos direitos constitucionais, como a liberdade de culto. Como consequência, as igrejas não se reuniram durante meses, e agora só podem fazê-lo com muitas restrições. O mesmo ocorre em outros países.

A obra do Reino de Deus está sendo prejudicada. O mundo precisa das igrejas reunidas manifestando a misericórdia e o juízo de Deus. Também o testemunho pessoal está seriamente diminuído pela quase impossibilidade de aproximar-se das pessoas. A obra missionária está sendo tolhida em todo o mundo. Para a obra de Deus o melhor é que essa pandemia termine e não sirva mais como “motivo" para impedir que as igrejas se reúnam.

Ao longo da história identificamos pensamentos hostis ao cristianismo. O iluminismo afirmou que a fé cristã não resiste ao crivo da razão. O pensamento iluminista influenciou as ideias seculares e antieclesiásticas da revolução francesa. Como a igreja católica legitimava a monarquia, os revolucionários fomentaram essas ideias. Como resultado de sua disseminação, a Europa é hoje profundamente secularizada e refratária ao cristianismo.

Identificamos as mesmas ideias hostis ao cristianismo na doutrina social do marxismo. No Manifesto Comunista, Marx e Engels declararam a religião cristã como um dos principais entraves ao progresso social. Antônio Gramisci (um dos fundadores do partido comunista italiano e criador do marxismo cultural) afirmou que a igreja (protestante ou católica) é uma das principais superestruturas que impedem a revolução socialista, e portanto, precisa ser anulada ou destruída.

Como consequência da influência da ideologia marxista, é muito comum hoje às ideologias, partidos e governos de esquerda a hostilidade e desejo de destruir o cristianismo e suas igrejas. Enquanto não conquistam o poder, perseguem o cristianismo nas salas de aula e meios de comunicação. Mas se têm oportunidade o fazem por meio do controle político e social. Poucos esquerdistas admitem essa oposição ao cristianismo, mas basta lermos os seus livros basilares que a encontraremos neles.

Um estudo da história dos países de regime esquerdista, ou uma visita a esses países confirmará a perseguição da esquerda ao cristianismo: na antiga União Soviética as religiões eram proibidas e perseguidas, especialmente o cristianismo. Na China, em 1948 os comunistas tomaram o poder. Muitos dos missionários que lá permaneceram foram mortos. Mao Tse Tung, nos anos sessenta, iniciou uma perseguição violenta aos cristãos. Xi Jimping, líder absoluto do governo comunista da China, voltou a perseguir todas as religiões, especialmente o cristianismo, e instaurou um verdadeiro culto à sua personalidade, que representa o partido comunista chinês. Inaugurou também um programa para a China alcançar hegemonia mundial dentro dos próximos 30 anos. Ocorre algo semelhante na Coreia do Norte, onde cristãos são torturados e mortos com requintes de crueldade, e o “Líder" é adorado quase como um deus.

Quanto a Cuba, tão festejada pela esquerda brasileira como exemplo de socialismo, seu governo faz muitas restrições ao cristianismo. Quando Fidel Castro tomou o poder, as Bíblias foram destruídas e proibidas, os cultos públicos proibidos ou controlados, e os templos foram confiscados. Em 1965 todos os pastores foram presos. Os templos só foram devolvidos, em ruínas, muitos anos mais tarde. (é proibido construir novos templos até hoje, e as novas igrejas reúnem-se nas maiores casas que conseguirem). Até hoje os cultos são monitorados por agentes do governo, pastores são proibidos de exercer uma profissão secular para seu sustento, e cultos na rua e distribuição de folhetos são proibidos. Somente em 2014 a Bíblia foi novamente permitida.

Observamos em nosso país uma influência do pensamento de esquerda na mídia, entre a “classe artística”, e em muitas salas de aula. O cristianismo é apresentado como algo ruim, repressor e irracional. Os “bonzinhos” são os que repetem como papagaios as ideias “politicamente corretas” da esquerda. Quem discorda é tachado de fascista por “inocentes” úteis que não sabem nem o que é isso. A situação espiritual de nosso país deteriora rapidamente, e como consequência, também a situação social, política, e econômica. E agora há uma pandemia que dura mais de um ano, e serve de pretexto para tantas coisas ruins, inclusive a suspensão ou restrição de cultos. Podemos perceber que aqueles que têm pensamento hostil ao cristianismo estão utilizando a pandemia com oportunismo. Tudo isso interessa a quem? O que diz a Bíblia?

Os que creem que esta pandemia foi provocada por Deus afirmam, baseando-se em Apocalipse 6:8, que essas epidemias antes do fim são sinais da ira de Deus sobre os que não se arrependem de seus pecados. Entretanto, examinando o contexto interno e histórico desse livro, o texto em questão adequa-se mais ao juízo de Deus sobre o Império Romano, que perseguia duramente os cristãos. Jesus ensinou que, antes da sua volta haverá calamidades em vários lugares, incluindo pestes, que é o mesmo que epidemias (Lucas 21:11). Ele não deu mais detalhes sobre isso. Esse ensino de Jesus nos é suficiente, pois seu objetivo é que estejamos alertas, firmes na fé e zelosos em servi-lo (Lucas 21:28-36).

A Bíblia ensina que Satanás está atuando veladamente para que o pecado prevaleça no mundo e venha o homem da Iniquidade. (II Tessalonicenses 2:1-12). Paulo se refere a este fato como o “mistério da iniquidade” que já naqueles dias estava atuando (v.7). Esse homem da iniquidade virá pouco antes da volta de Jesus, e terá poder para proibir todas as religiões e exigir adoração para si como se fosse Deus (v. 4). Portanto, perseguirá aos cristãos. Esse homem terá sucesso em conseguir a adesão da humanidade através de falsos prodígios, engendrados pelo próprio poder de Satanás.(v. 9). Conseguirá iludir os ímpios apresentando-lhes uma falsa e pecaminosa esperança (“engano da injustiça” v. 10). A adesão da humanidade às mentiras desse servo de Satanás servirá para julgamento dos homens daquela geração, no sentido de fazer com que se manifestem aqueles que têm prazer no pecado, e por isso rejeitam a verdade (v. 11-12). O domínio do “homem da iniquidade” será breve. Paulo nos afirma que logo em seguida Jesus voltará e o destruirá com toda a facilidade (v. 8)

Para que Satanás realize seus planos é necessário uma grande apostasia, para o “que agora o detém seja posto fora” (v. 3, 7, 8). Isso significa que grande parte da humanidade se voltará contra Deus, e o que detém a plena atuação de Satanás será retirado. Paulo não esclareceu o que é “um que agora o detém". Alguns estudiosos afirmam que trata-se da igreja. Certo é que a rejeição a Deus pela humanidade ensejará o surgimento do homem da iniquidade.

Muito mais importante que discutir se foi mesmo o Diabo quem criou essa pandemia, é perceber que é ele quem está por trás de tudo que hostiliza, se opõe e procura destruir a igreja e o Reino de Deus. Não temos evidências para afirmar que o Diabo providenciou esta pandemia. Mas fica claro que muitos de seus desdobramentos estão sendo utilizados por ele, como a restrição dos cultos, e outras circunstâncias da pandemia que estão embaraçando a pregação do Evangelho. Portanto, o que está acontecendo agora vai muito além de interesses ideológicos, políticos, ou financeiros. Trata-se de luta espiritual: o poderoso anjo que rebelou-se lutando para tomar o lugar de Deus. E ele procura envolver os seres humanos e destruí-los, usando mentira e astúcia (João 8:44, 10:10).

A vitória final pertence a Cristo, que voltará, destruirá os planos de Satanás, e reinará eternamente (II Tessalonicenses 2:8, Apocalipse 20:10). E seus fiéis participarão da sua glória (I Tessalonicenses 4:13-17, Romanos 8:13-18). Diante de tudo isso, a exortação de Deus é que permaneçamos fiéis a Cristo haja o que houver, sem nos deixar enganar ou desanimar (II Tessalonicenses 2:13-17).

Não estou opinando sobre política, mas alertando sobre uma luta espiritual, que se desenrola aqui neste mundo desde o início da humanidade, e que culminará com a volta triunfante de Jesus. Cada pessoa escolhe hoje de que lado estará: se do lado dos vitoriosos com Cristo, ou daqueles que preferem o pecado e rebeldia contra Deus e serão punidos por toda a eternidade. Crentes em Cristo precisam conferir as Escrituras e confirmar sua posição, e não se deixar influenciar pelas ideias engendradas por Satanás.

Quanto à pandemia e aos cuidados sanitários necessários, é obvio que não os negamos. Como cristãos, somos responsáveis pela saúde de nosso próprio corpo, e também pelo bem de nosso próximo. Entretanto, esses cuidados não devem servir aos propósitos daqueles que se opõe a Cristo. Igrejas devem cultuar a Deus, mas utilizando todas as medidas sanitárias que evitem a infecção das pessoas pelo vírus dessa pandemia. E os que se julgam mais suscetíveis ao contágio ou aos efeitos dessa doença, obviamente são livres para não participar. Mas não devem condenar aqueles que, conscientemente, escolhem cultuar a Deus com seus irmãos. Eles estão mantendo viva a igreja e fortalecendo o Reino de Deus. Por fim, dediquemo-nos intensamente à oração, pois, repito, trata-se de uma verdadeira batalha espiritual. Toda glória seja Dada ao único Deus por toda a eternidade.

Dalton de Souza Lima