quarta-feira, 21 de agosto de 2024

A RESPONSABILIDADE NO USO DO PÚLPITO

      Dirigir-se a um público implica em uma grande responsabilidade, pois o orador comunica ideias e pontos de vista capazes de influenciar e afetar outras pessoas. Quando se trata do uso do púlpito em uma igreja, a responsabilidade é maior ainda, pois quando um pregador dirige-se aos membros de uma igreja, a sua pregação deve ser extraída da Palavra de Deus e deve estar em plena harmonia com ela. Só assim trará consolo, correção e edificação, para os crentes, e salvação para aqueles que ouvem o Evangelho de Jesus. Uma pregação tem resultados, não somente aqui neste mundo, mas por toda a eternidade. Uma mensagem bíblica, clara, anunciada na dependência de Deus, é usada poderosamente por Ele para falar aos corações das pessoas. Quando nossa mensagem mistura ensinamentos da Bíblia com ideias meramente pessoais ou divagações filosóficas, e é transmitida à igreja utilizando somente técnicas de persuasão, ela perde sua eficácia, e pode até tornar-se nociva ao inculcar ideias discrepantes da Palavra de Deus, ou até promover tropeço em relação à fé cristã.

Pregadores hão de prestar contas a Deus e à sua congregação. O rebanho pertence a Deus, e somos meros servos incumbidos de alimentar esse rebanho com ensinamento sadio e edificante. O púlpito pertence à igreja em segundo lugar, e quando ela escolhe e dá posse a um pastor, está lhe entregando a responsabilidade do ensino e da pregação. Tudo que for ensinado deste púlpito, seja por intermédio de seus lábios, ou por meio de lábios de outros pregadores, é da responsabilidade do pastor.

Portanto, o púlpito não é oportunidade para expor idéias próprias sem passar pelo crivo acurado da Palavra de Deus, nem para demonstrar erudição ou qualidades pessoais. Púlpito é oportunidade para apontar para Jesus, e para tanto, devemos ter a mesma atitude de João Batista ao apontar para Jesus e dizer “convém que Ele cresça e eu diminua” (João 3:30). O pregador, diariamente, precisa diminuir o seu ego e deixar que Cristo cresça cada vez mais em si, para que seu púlpito possa também apontar para Jesus. Precisamos pregar com temor e tremor, cônscios de nossa necessidade de total dependência de Deus e da grande responsabilidade que pesa sobre nós.

Precisamos nos dedicar cada vez mais ao estudo da Bíblia, que é a fonte de onde deve jorrar o conteúdo puro de nossas pregações. Precisamos nos esmerar cuidadosamente no preparo de nossas mensagens, para que apliquem os ensinamentos bíblicos às nossas vidas cotidianas de maneira realmente edificante. Devemos pregar de maneira clara, objetiva e, para que todos apreendam com facilidade a mensagem que transmitimos. Precisamos ter muito cuidado com as palavras e expressões que utilizamos, escolhendo-as com precisão, para que todos entendam exatamente o seu sentido, e nada possa ser mal interpretado trazendo prejuízo a vidas preciosas.

Todas as distorções da Palavra de Deus são nocivas, sejam consideradas “grandes” ou “pequenas”, intencionais ou acidentais. Não podemos nem devemos, em nome de um pieguismo muitas vezes confundido com amor, sermos irresponsáveis e permitir que os púlpitos de nossas igrejas tornem-se objetos de onde são proferidas tais distorções. A falta de amor está em faltar com a responsabilidade diante de Deus e da igreja. A falta de amor está em não reconhecer a árdua responsabilidade dos pastores, que terão que prestar contas de seu rebanho a Deus (Hebreus 13:17). A falta de amor está em não levar a sério a responsabilidade do púlpito, e fazer dele objeto de dominação pessoal, ou dele proferir palavras que trazem prejuízo a fé cristã, à edificação pessoal, ou que servem de embaraço para as pessoas virem a Jesus. Lembremos que o púlpito não é oportunidade para um debate intelectual de ideias, mas para fiel pregação da Palavra de Deus. Pastores, pregadores e igrejas: usemos sempre de responsabilidade com nossos púlpitos.

Pr. Dalton de Souza Lima

sexta-feira, 16 de agosto de 2024

FOCO PRINCIPAL

        Ativistas e políticos adeptos de ideologias de esquerda procuram tomar o poder e impor práticas e leis que contrariam a Palavra de Deus. A fé cristã é vista por eles como um entrave ao progresso social e deve ser eliminada, ou sua essência deve ser substituída por suas convicções ideológicas. Devido a isso tantos evangélicos estão ativamente envolvidos com a discussão político ideológica, e reconheço a importância disto.

        Entretanto, é importante o que aprendemos com os primitivos cristãos: a perseguição foi inevitável, e muitos cristãos foram presos e mortos. Mas o triunfo veio pela perseverança na fé em Cristo, na oração e no testemunho cristão. O império romano perseguidor sucumbiu, mas a fé cristã continua triunfando. E o triunfo eterno nos está garantido pela obra de Cristo (Apocalipse 12:7-18)

         Portanto, convém lembrar que nosso foco principal precisa continuar sendo a verdadeira fé em Cristo, segundo a Bíblia, e a sua proclamação (Mateus 28:19-20, Romanos 10:13-15). Preocupo-me em ver alguns crentes e até líderes demasiadamente envolvidos com a discussão política e esquecendo nosso foco principal. É verdade que, em nosso atual contexto, faz parte da apologética a confrontação de determinados aspectos ideológicos para que possamos apresentar a fé cristã. Mas não podemos inverter o foco a ponto de também esvaziarmos nossa fé e missão, voltando-nos somente para realidades temporais.

         Jesus deixou claro que seríamos perseguidos por causa de nosso compromisso com Ele (Mateus 5:10-12). É preciso assumir isso com coragem e dependência de Deus e mantermos o foco de nossa mensagem.

                                                    Pr. Dalton S. Lima 

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

O QUE É WORSHIP? COMO CHEGAMOS A ELE?

      Você entra na igreja e é envolvido por uma atmosfera musical que o faz sentir-se parte da multidão reunida. Além disso, luzes, cores e movimentos deliciam seus olhos e, música e cores, impressionam sua mente. Entre cada música há uma "ministração" emotiva. Você se deixa levar e vai do choro à euforia. É o estilo "worship", tão é voga nas igrejas ansiosas por serem contemporâneas ou por atraírem pessoas rapidamente.

        A Palavra da língua inglesa "worship" significa simplesmente "adoração". Mas aqui serve para identificar um estilo musical adotado hoje em muitas igrejas. De maneira geral caracteriza-se por:

1. Melodia pouco trabalhada, com poucas frases musicais que são muito repetidas. As letras também são curtas e repetitivas.

2. Geralmente são músicas lentas e de compassos simples, embora algumas tenham uma "ponte" antes do final com ritmo mais intenso.

3. Arranjo instrumental utilizando muitos pads de teclados e efeitos espaciais (principalmente reverbs "incrementados" e delay). Geralmente a harmonia é pobre, usando poucos acordes.

4. Muita influência do rock celta ou irlandês, principalmente do grupo U2.

5. A maioria das músicas são traduções de músicas americanas, embora já existam algumas compostas aqui.

        Acompanhei as transformações da música evangélica dos anos 60 até agora, chegando ao worship. Naquela época, a base do louvor nos cultos eram os hinos tradicionais de origem americana e europeia. São hinos riquíssimos, em sua maioria com letras de conteúdo bíblico muito edificantes e didáticas. Cantor Cristão e outros hinários eram usados. Os corais e quartetos também introduziam nos cultos a música negra americana, especialmente os maravilhosos "negros espirituals" (era assim mesmo que pronunciávamos).

        No final dos anos 60 surgiu um movimento nos EUA que influenciou muito a música evangélica: O Povo de Jesus. Eram ex hippies convertidos a Jesus que produziam música cristocêntrica, mas com uma riqueza musical contemporânea trazida dos estilos que antes tocavam e cantavam. Muitos começaram a compor nas igrejas americanas seguindo esse caminho aberto, como Kurt Kaiser, Ralph Carmichael e outros. Aqui no Brasil surgiu o grupo Vencedores Por Cristo, que começou a traduzir e gravar essa nova música de louvor americana.

        Nos anos 70 começa uma produção de música evangélica Brasileira. A Aliança Bíblica Universitária promoveu as músicas do Wolô, com letras de poesia riquíssima e melodias inspiradas nos estilos de nossa terra. Vencedores Por Cristo revolucionaram a música evangélica em 1976 com o LP "De Vento em Popa" com todas as músicas de estilos brasileiros e autores brasileiros, como Sérgio Pimenta, Guilherme Kerr, e outros. Seguiram-se outras gravações de VPC, sempre primando por letras bíblicas e qualidade musical, revelando outros compositores como Nelson Bomilcar, Jorge Rehder, João Alexandre, e outros. Tornaram-se uma poderosa influência no louvor das igrejas brasileiras. Logo em seguida surgiram o Grupo Rebanhão, Asaph Borba,  Jairinho e Paulo Cezar (Grupo Elo, depois Logos)  e muitos outros compondo louvor de qualidade. Os anos 80 seguiram nessa tendência.

        Em 1992 a Convenção Batista Brasileira lançou o Hinário Para o Culto Cristão. Novos hinos, muitos brasileiros, foram acrescentados aos cultos. Entretanto, àquela época várias gravadoras começavam a explorar comercialmente o "filão" evangélico. Rádios evangélicas também surgiram em várias cidades do Brasil, muitas delas com interesses puramente comerciais e políticos. O foco foi deslocado para o lucro financeiro, e consequentemente, gravadoras e rádios investiram "pesado" no meio evangélico. As gravadoras investiram muito na tradução e gravação dos sucessos norte americanos, principalmente de Ron Kenoly e outros do mesmo estilo. Era a música "Gospel" invadindo as igrejas e a música evangélica brasileira perdendo espaço.

        Com a expansão da Internet e popularização das redes sociais, a fonte de divulgação musical passou a ser os meios digitais da rede. Hoje essa é a grande influência musical nas igrejas. Modismos e tendências são rapidamente divulgados. Igrejas que importaram o estilo "worship", tidas como "referência", rapidamente o divulgaram em suas transmissões. Cantores comerciais apostaram no estilo e gravaram. Rapidamente tornou-se moda e muitas igrejas o adotam numa atitude pragmática, sem muita reflexão.

        É importante ressaltar que muitas características das mídia digitais estão presentes no estilo "worship": pouca elaboração e aprofundamento, muito estímulo sensorial, pouco estímulo ao raciocínio. Embora reconheça que algumas músicas fujam à regra, o "worship" pode ser definido como um estilo superficial e de grande apelo emocional. Basta uma análise musical e das letras para comprovar.

                                                 Pr. Dalton de Souza Lima

UNIDADE E COMPROMISSO COM A PALAVRA.

    Unidade significa somente compartilhar os mesmos momentos de culto religioso? Vai muito além. Em João 17 vemos que a unidade é resultado de amar a Jesus, e que este amor é condicionado a guardar os seus mandamentos (João 14:21) Portanto, se alguém não guarda a Palavra não tem unidade com Jesus nem com sua igreja. A verdadeira unidade, portanto, só é possível se há verdadeiro comprometimento com a Palavra. Isso nos leva a amarmos verdadeiramente aos nossos irmãos, e a rejeitarmos os valores pecaminosos.

         Se alguém ama mais a um candidato, partido ou ideologia que a Jesus ou a seus irmãos, não tem unidade com sua igreja. Mas se alguém que se diz cristão e não se posiciona a favor da Palavra e não condena ideologias e valores contrários a ela, não tem unidade com Cristo e seus discípulos.

    Nós, batistas, praticamos o princípio da separação entre igreja e estado. Nossas igrejas não assumem posições político partidárias. Mas como discípulos de Cristo temos o dever de combater valores e posicionamentos anticristãos, como aborto livre, ideologia de gênero, racismo, liberação do uso de drogas, etc.

        É lamentável que muitos pastores e  líderes, com o dever de orientar o povo de Deus segundo sua Palavra, não o façam em nome de uma "unidade" que em muitas igrejas não existe mais, pois tornaram-se centros de entretenimento e auto-ajuda ou ONGS humanitárias e de ativismo ideológico.

        Que Deus se apiede de seu povo e nos envie verdadeiro avivamento, com definições claras ao lado de Jesus e sua Palavra.

                                     Pr. Dalton S. Lima

quarta-feira, 29 de maio de 2024

ESQUIZOFRENIA TEOLÓGICA

Em algumas ocasiões tive que aconselhar esquizofrênicos para que aceitassem o tratamento médico terapêutico. Tive que usar uma abordagem totalmente diferente. Uma das características da esquizofrenia é uma incoerência do indivíduo em seu discernimento, cognição e construção do pensamento. Muitos deles falam e escrevem coisas completamente desconectadas e crêem que é algo verdadeiro e até profundo. Trata-se de uma "realidade paralela" desprovida de lógica e objetividade.

Podemos observar que existem crentes e igrejas que sofrem de uma "esquizofrenia" teológica: crêem, ensinam e praticam doutrinas e pensamentos desconectados entre si e até mesmo antagônicos. Podemos citar alguns exemplos: Alguns crêem na graça salvadora de Jesus mas praticam o legalismo religioso como forma de se salvarem. Outros afirmam a autoridade e inerrância da Bíblia mas seguem pensamentos de homens. Também há os que afirmam a centralidade de Cristo, mas seguem teologias humanistas. E mais: os que professam o cristianismo mas abraçam ideologias repletas de pautas anticristãs.

A esquizofrenia teológica manifesta-se, não só no discurso, mas na vida das igrejas: tantas estão doentes apesar de momentaneamente numerosas. Falta consistência doutrinária, bíblica, e portanto, a coerência de uma vida cristã guiada pelo Espírito Santo. A verdadeira comunhão é substituída por aglomerações buscando entretenimento emocionante, as verdadeiras "celebrações" antropocêntricas. A missão de fazer discípulos e a vida em amor são substituídas pelo marketing religioso ou pelo ativismo social e ideológico. E todos querem permanecer de mãos dadas em nome de um cristianismo "inclusivo" em que há lugar para todas as contradições e incoerências em nome de um "livre pensar" humanista (que não é o dos princípios batistas, porque temos princípios e doutrinas). Desequilíbrio!

A verdadeira fé cristã é coerente, pois baseia-se nos fatos e ensinamentos da progressiva revelação de Deus (Hebreus 1:1-3). A revelação de Deus está fielmente registrada na Bíblia por obra de Deus (II Pedro 1:21). Sendo assim, a Bíblia é o paradigma de nossa fé, e portanto, de nossa missão e maneira de viver (II Timóteo 3:14-17). Assim, qualquer manifestação religiosa ou teológica que não esteja estruturada sobre a Bíblia não nos conecta com a verdade, e é esquizofrênica.

Precisamos ser coerentes com a nossa fé em Cristo por meio do entendimento e aplicação da Bíblia ao entendimento doutrinário que resulta em nossa práxis. E neste processo não há lugar para o "achismo" subjetivista daqueles que isolam textos de seus contextos para apoiarem suas próprias ideias preconcebidas. Cada texto da Bíblia tem o seu significado original (II Pedro 1:20). Portanto, ninguém pode construir a sua própria interpretação, mas sim deve buscar entender este significado original do texto (Salmos 119:18, 27, 125, Gálatas 1:6-9, II Pedro 3:16-17). Não é difícil concluirmos que uma hermenêutica saudável é essencial para uma fé cristã coerente. Precisamos praticá-la e ensiná-la em nossas igrejas.

Os especialistas em diversas disciplinas que dedicam-se a estudar a cultura atual são concordes em afirmar sua fluidez e sua capacidade de multiassimilação subjetiva. Coerência e objetividade não são mais importantes e há lugar para todas as narrativas e comportamentos. A esquizofrenia teológica adapta-se à esta cultura, mas contraria a Bíblia: "Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente" (Efésios 4:14). Precisamos, por meio da comunhão com Deus e do estudo da Bíblia, aplicar o discernimento necessário para permanecermos coerentes e fiéis à fé cristã. Não nos deixemos levar pelo pensamento filosófico, ideologias, influências culturais ou heresias. Permaneçamos firmes em Cristo para iluminar e salgar a cultura corrompida pelo pecado, e proclamar a salvação eterna a todas as pessoas.

pr. Dalton S. Lima

domingo, 10 de março de 2024

ABORTO: MALDADE IRRESPONSÁVEL

 Salvo os casos já estabelecidos na lei de nosso país, não consigo entender a necessidade do aborto. Há um grande empenho dos movimentos e partidos de esquerda, bem como da grande mídia, pela legalização do aborto indiscriminado e até os 9 meses de gestação. Alegam vários motivos para não trazer ao mundo um bebê indesejado. Mas, se há tantos meios eficazes e amplamente acessíveis de se evitar a gravidez, porque partir para o aborto como solução? Matar uma vida indefesa dentro do ventre da mãe pode ser considerado uma solução? Tenho pesquisado sobre o aborto, e é um procedimento no mínimo desumano com o feto. Muitas mães que optam pelo aborto sofrem sequelas emocionais pelo resto da vida, por mais que suas consciências tentem justificar o ato. Isso sem mencionar possíveis sequelas físicas.

O feminismo, que hoje tanto milita em favor do aborto livre, criou a máxima “meu corpo, minhas regras” para tentar justificar o aborto. Entretanto, uma criança em gestação não é, de forma alguma, uma parte descartável do corpo da mulher. É um novo ser, diferente dela. A prova física é que possui material genético próprio e diferenciado. É uma nova vida cujos pais, ou a mãe, tem a responsabilidade e o privilégio de amar, cuidar, e proteger.

Vivemos hoje a pecaminosa cultura da irresponsabilidade: as pessoas não querem ser responsáveis por seus atos e consequências. Adolescentes, jovens, e adultos também, “divertem-se” com sexo irresponsável, fora do casamento, e nem se dão ao trabalho de usar os meios contraceptivos. Se a gravidez ocorre, partem para o aborto. A um erro acrescentam outro abominável. Também há casais que utilizam aborto como meio de planejamento familiar. Novamente pergunto: porque, se há tantos meios contraceptivos?

Além da irresponsabilidade, existe a maldade do desprezo à vida humana: se a chegada de uma criança vai trazer “problemas” indesejáveis, então ela é morta enquanto ainda não é conhecida. Numa atitude cínica e hipócrita, os abortistas pensam que as consequências emocionais e sociais não serão tão graves quanto matar uma criança já nascida (esquecem que Deus vê e se indigna, e trará tudo a juízo). Nossa cultura pervertida vê as crianças como estorvos. Mas a Bíblia ensina que filhos são bênçãos de Deus.

A França acaba de legalizar o aborto, e em muitos outros países este processo está em curso. Mas mesmo que o nosso país também o faça, vai continuar sendo pecado. Não podemos nos deixar influenciar pelos valores deste mundo que jaz no maligno. Devemos ser sal da terra e luz do mundo (I João 5:19, Mateus 5:13-15). Temos o dever de denunciarmos o pecado e lutarmos contra as trevas. Senão seremos cúmplices por omissão (Efésios 5:11-13. Amemos as crianças antes mesmo de sua gestação e as protejamos, ensinemos aos nossos filhos os princípios bíblicos, o valor da vida humana, e a responsabilidade. Anunciemos ao mundo o juízo e a justiça de Deus. Ele nos pedirá contas destas coisas (Ezequiel 3:18-21).

pr. Dalton de Souza Lima


quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

COMO JOÃO BATISTA

 João Batista foi grande diante de Deus, e Jesus afirmou que ele foi o maior de todos os homens (Lucas 1:15, Mateus 11:11). Sua missão foi preparar o povo para o ministério de Jesus (Lucas 1:76-77). Fez isso mostrando o pecado do povo e chamando-o ao arrependimento, além de anunciar que o Messias estava entre eles (Lucas 3:7-18, João 1:19-38). É preciso estar consciente do pecado e arrependido para aceitar o perdão de Cristo.

      Grande diante de Deus, mas perseguido pelos poderosos. João batista denunciou o pecado de Herodes ao adulterar com a esposa de seu irmão, e todas as outras maldades que cometeu (Lucas 3:19). Herodes o prendeu por isso, e Herodias, a esposa do irmão de Herodes, usou de um estratagema para conseguir a execução de João Batista (Mateus 14:1-11).

     Porque João Batista não continuou seu ministério sem acusar o pecado do rei? Porque fazia parte de sua missão. E Jesus não o censurou por isso. Tranquilizou-o antes de sua execução, e afirmou que ele era o maior profeta que já existiu (Lucas 7:19-28). João Batista foi fiel à sua missão até o fim, e pagou um alto preço por isso.

     Como João Batista, somos profetas na nossa geração. Pregamos o Evangelho chamando o povo ao arrependimento e à fé em Cristo, pois o juízo de Deus é certo. E denunciamos o pecado mesmo dos poderosos. Estamos dispostos a pagar o preço?

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

FIDELIDADE DOUTRINÁRIA VERSUS DEVOÇÃO CRISTÃ

    É muito preocupante o fato de alguns escritores e preletores afirmarem ou insinuarem que a fidelidade doutrinária é antagônica à devoção cristã. Trata-se de uma falácia perigosa. É a fidelidade às doutrinas bíblicas que nos leva à verdadeira devoção cristã. Sem ela, nossa devoção descamba para o fanatismo, superstição, mera religiosidade ou ativismo humanista. Por isso o Inimigo trabalha tanto contra a sã doutrina. Em seu desejo de destruir a obra de Deus, ele procura desvalorizar as doutrinas bíblicas e sbstituí-las pelo marketing religioso, auto-ajuda espiritual, diversão eclesiástica e ativismo social. É justamente por falta de doutrina bíblica que presenciamos tanto mundanismo e graves desvios: "por falta de conhecimento meu povo é destruído" (Oseias 4:6). "Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos"(II Timóteo 4:3).

      Paulo é o exemplo vivo de que não existe contradição entre doutrina e devoção. Trabalhou intensamente pela firmeza doutrinária das igrejas, ensinando-as e corrigindo-as pessoalmente e por meio das epístolas, e exortou-as a rejeitar os falsos mestres (Romanos 16:17-18, I Corítios 2:1-2, Gálatas 1:6-9, Efésios 4:14, II Timóteo 4:3). Instruiu também os pastores que o sucederiam a serem fiéis à sã doutrina (Tito 1:7-9, 2:1, I Timóteo 1:3, 4:6 outros). Mas foi também um crente totalmente devotado a Deus, voltado para a pregação do Evangelho e para a prática das virtudes cristãs.

      A primeira igreja cristã era cheia de vida, com uma comunhão verdadeira e vigoroso testemunho de Cristo. Mas a sua primeira característica apresentada foi a perseverança na doutrina dos apóstolos (Atos 2:42). Isso demonstra que para ser verdadeira igreja e cumprir sua missão é necessário, antes de tudo, firmar-se na doutrina dos apóstolos.

      Portanto, não caiamos na sutileza falaciosa de uma devoção destituída de fidelidade doutrinária. E lembremo-nos que a nossa principal função como pastores é o ensino da Palavra. Assim sendo, dediquemo-nos a ensinar a sã doutrina. "Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina." (Tito 2:1)

Dalton S. Lima