sábado, 8 de março de 2025

O QUE ESTÁ POR TRÁS DO DIA INTERNACIONAL DA MULHER

O Dia Internacional da Mulher deveria ser uma data muito boa de ser comemorada. Afinal, as mulheres devem ser tratadas com honra e deferência. É lamentável que ainda existam homens, e também mulheres, que não reconheçam o valor das mulheres e não as tratem com a devida dignidade. Entretanto, precisamos conhecer as origens deste dia e os objetivos de seus criadores. Também precisamos, como discípulos e discípulas de Cristo, avaliar suas implicações à luz da Palavra de Deus.

A idéia da comemoração deste dia surgiu depois que o Partido Socialista da América realizou uma marcha pelos direitos das mulheres em Nova York no dia 20 de fevereiro de 1908. Naquela marcha 15.000 mulheres reivindicavam igualdade salarial, redução da jornada de trabalho e direito ao voto. O mesmo partido, um ano depois, declarou o primeiro dia nacional das mulheres.

Clara Zetkin, uma ativista comunista, lançou a idéia de um dia internacional das mulheres em 1910, durante uma conferência internacional de mulheres socialistas. Aconteceu em Copenhagen com a participação de cem mulheres.

O Dia Internacional da Mulher foi oficialmente instituído pela ONU em 1975. O dia 8 de janeiro foi escolhido em alusão à greve das mulheres russas em 1917, que reivindicavam "pão e paz". Logo em seguida o czar da Rússia teve que abdicar e aconteceu a revolução comunista.

É importante ressaltar que, embora inicialmente o movimento feminista tenha defendido causas justas, defendia também as idéias comunistas, e esteve sempre associado e protegido pelos movimentos revolucionários e partidos marxistas ou comunistas. Assim, causas justas têm servido de ponto de apoio para as ideologias comunistas-socialistas.

Outra coisa importante a observar é que as teóricas do feminismo perverteram os objetivos originais. A principal influenciadora do feminismo, Simone de Beauviour (comunista), escreveu que a mulher precisa libertar-se da maternidade e do casamento, e assumir sexualidade plena em todas as suas formas. Ou seja: a mulher realmente livre não casa, não tem filhos, e pratica todo tipo de promiscuidade sexual. Ela própria viveu isso em seu relacionamento com o filósofo Jean Paul Sartre (comunista). Seguiram-se a ela outras escritoras feministas defendendo idéias parecidas. Atualmente a agenda feminista defende principalmente o empoderamento da mulher, o direito ao aborto livre e indiscriminado, e a aceitação plena da ideologia de gênero inclusive nas escolas. Continua também associada à defesa do marxismo. Embora a defesa da mulher contra a violência seja legítima, não é exclusividade do movimento feminista, e a nossa lei já condena todo tipo de violência, inclusive esta (antes mesmo da lei Maria da Penha).

Com "empoderamento da mulher," o movimento quer dizer que as mulheres devem assumir o controle, pois os homens possuem "masculinidade toxica". Os homens não devem emitir opiniões diante das mulheres ("men explaining") e devem adotar atitudes passivas e até femininas.

As militantes feministas também condenam o cristianismo e o modelo de família ensinado pela Bíblia. Afirmam que esse modelo "judaico-cristão patriarcal" de família é prejudicial à mulher e à sociedade.

O que a Bíblia tem a nos dizer sobre essas coisas envolvidas no Dia Internacional da Mulher?

1. A Bíblia traz grande dignidade à mulher, igualando seu valor ao do homem. Ambos são criação de Deus e amados por Ele. E Cristo iguala a todos (Gênesis 1:27, João 3:16, Gálatas 3:27-28). Portanto, maridos devem amar esposas como Cristo nos amou, e esposas devem reverenciar seus maridos. Quem não vive isso em seu casamento, sua oração "não passa do teto" (Efésios 5:25-33, I Pedro 3:7).

2. Não podemos compactuar com as trevas, seja lá a forma que assuma, seja o machismo ou o feminismo. O ser humano, seja homem ou mulher, é corrompido pelo pecado, e por isso capaz de explorar, enganar, cometer violência. Só Jesus na vida de cada pessoa transforma e nos faz realmente amar ao próximo (II Coríntios 5:17, Mateus 5:43-45) 

3. Devemos ter o cuidado de entender as coisas além das aparências. A Bíblia nos diz que o próprio Diabo é capaz de se disfarçar de anjos de luz e seus servos de ministros da justiça (II Coríntios 11:14-15). Portanto, muita reflexão e discernimento antes de apoiarmos causas ou aderirmos a determinadas práticas.

Mulheres, vocês são amadas por Deus todos os dias (e por nós também). Precisamos levar a todos o verdadeiro amor de Deus em Cristo Jesus. Esta é a maior de todas as causas.

Dalton S. Lima


https://www.bbc.com/portuguese/articles/c9w9n4kyemxo

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Dia_Internacional_das_Mulheres

https://frutodapalavra.blogspot.com/2018/02/a-desfamiliarizacao-da-mulher-e.html?m=1

https://frutodapalavra.blogspot.com/2020/11/um-alerta-aos-cristaos-que-se-dizem.html?m=1


quarta-feira, 21 de agosto de 2024

A RESPONSABILIDADE NO USO DO PÚLPITO

      Dirigir-se a um público implica em uma grande responsabilidade, pois o orador comunica ideias e pontos de vista capazes de influenciar e afetar outras pessoas. Quando se trata do uso do púlpito em uma igreja, a responsabilidade é maior ainda, pois quando um pregador dirige-se aos membros de uma igreja, a sua pregação deve ser extraída da Palavra de Deus e deve estar em plena harmonia com ela. Só assim trará consolo, correção e edificação, para os crentes, e salvação para aqueles que ouvem o Evangelho de Jesus. Uma pregação tem resultados, não somente aqui neste mundo, mas por toda a eternidade. Uma mensagem bíblica, clara, anunciada na dependência de Deus, é usada poderosamente por Ele para falar aos corações das pessoas. Quando nossa mensagem mistura ensinamentos da Bíblia com ideias meramente pessoais ou divagações filosóficas, e é transmitida à igreja utilizando somente técnicas de persuasão, ela perde sua eficácia, e pode até tornar-se nociva ao inculcar ideias discrepantes da Palavra de Deus, ou até promover tropeço em relação à fé cristã.

Pregadores hão de prestar contas a Deus e à sua congregação. O rebanho pertence a Deus, e somos meros servos incumbidos de alimentar esse rebanho com ensinamento sadio e edificante. O púlpito pertence à igreja em segundo lugar, e quando ela escolhe e dá posse a um pastor, está lhe entregando a responsabilidade do ensino e da pregação. Tudo que for ensinado deste púlpito, seja por intermédio de seus lábios, ou por meio de lábios de outros pregadores, é da responsabilidade do pastor.

Portanto, o púlpito não é oportunidade para expor idéias próprias sem passar pelo crivo acurado da Palavra de Deus, nem para demonstrar erudição ou qualidades pessoais. Púlpito é oportunidade para apontar para Jesus, e para tanto, devemos ter a mesma atitude de João Batista ao apontar para Jesus e dizer “convém que Ele cresça e eu diminua” (João 3:30). O pregador, diariamente, precisa diminuir o seu ego e deixar que Cristo cresça cada vez mais em si, para que seu púlpito possa também apontar para Jesus. Precisamos pregar com temor e tremor, cônscios de nossa necessidade de total dependência de Deus e da grande responsabilidade que pesa sobre nós.

Precisamos nos dedicar cada vez mais ao estudo da Bíblia, que é a fonte de onde deve jorrar o conteúdo puro de nossas pregações. Precisamos nos esmerar cuidadosamente no preparo de nossas mensagens, para que apliquem os ensinamentos bíblicos às nossas vidas cotidianas de maneira realmente edificante. Devemos pregar de maneira clara, objetiva e, para que todos apreendam com facilidade a mensagem que transmitimos. Precisamos ter muito cuidado com as palavras e expressões que utilizamos, escolhendo-as com precisão, para que todos entendam exatamente o seu sentido, e nada possa ser mal interpretado trazendo prejuízo a vidas preciosas.

Todas as distorções da Palavra de Deus são nocivas, sejam consideradas “grandes” ou “pequenas”, intencionais ou acidentais. Não podemos nem devemos, em nome de um pieguismo muitas vezes confundido com amor, sermos irresponsáveis e permitir que os púlpitos de nossas igrejas tornem-se objetos de onde são proferidas tais distorções. A falta de amor está em faltar com a responsabilidade diante de Deus e da igreja. A falta de amor está em não reconhecer a árdua responsabilidade dos pastores, que terão que prestar contas de seu rebanho a Deus (Hebreus 13:17). A falta de amor está em não levar a sério a responsabilidade do púlpito, e fazer dele objeto de dominação pessoal, ou dele proferir palavras que trazem prejuízo a fé cristã, à edificação pessoal, ou que servem de embaraço para as pessoas virem a Jesus. Lembremos que o púlpito não é oportunidade para um debate intelectual de ideias, mas para fiel pregação da Palavra de Deus. Pastores, pregadores e igrejas: usemos sempre de responsabilidade com nossos púlpitos.

Pr. Dalton de Souza Lima

sexta-feira, 16 de agosto de 2024

FOCO PRINCIPAL

        Ativistas e políticos adeptos de ideologias de esquerda procuram tomar o poder e impor práticas e leis que contrariam a Palavra de Deus. A fé cristã é vista por eles como um entrave ao progresso social e deve ser eliminada, ou sua essência deve ser substituída por suas convicções ideológicas. Devido a isso tantos evangélicos estão ativamente envolvidos com a discussão político ideológica, e reconheço a importância disto.

        Entretanto, é importante o que aprendemos com os primitivos cristãos: a perseguição foi inevitável, e muitos cristãos foram presos e mortos. Mas o triunfo veio pela perseverança na fé em Cristo, na oração e no testemunho cristão. O império romano perseguidor sucumbiu, mas a fé cristã continua triunfando. E o triunfo eterno nos está garantido pela obra de Cristo (Apocalipse 12:7-18)

         Portanto, convém lembrar que nosso foco principal precisa continuar sendo a verdadeira fé em Cristo, segundo a Bíblia, e a sua proclamação (Mateus 28:19-20, Romanos 10:13-15). Preocupo-me em ver alguns crentes e até líderes demasiadamente envolvidos com a discussão política e esquecendo nosso foco principal. É verdade que, em nosso atual contexto, faz parte da apologética a confrontação de determinados aspectos ideológicos para que possamos apresentar a fé cristã. Mas não podemos inverter o foco a ponto de também esvaziarmos nossa fé e missão, voltando-nos somente para realidades temporais.

         Jesus deixou claro que seríamos perseguidos por causa de nosso compromisso com Ele (Mateus 5:10-12). É preciso assumir isso com coragem e dependência de Deus e mantermos o foco de nossa mensagem.

                                                    Pr. Dalton S. Lima 

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

O QUE É WORSHIP? COMO CHEGAMOS A ELE?

      Você entra na igreja e é envolvido por uma atmosfera musical que o faz sentir-se parte da multidão reunida. Além disso, luzes, cores e movimentos deliciam seus olhos e, música e cores, impressionam sua mente. Entre cada música há uma "ministração" emotiva. Você se deixa levar e vai do choro à euforia. É o estilo "worship", tão é voga nas igrejas ansiosas por serem contemporâneas ou por atraírem pessoas rapidamente.

        A Palavra da língua inglesa "worship" significa simplesmente "adoração". Mas aqui serve para identificar um estilo musical adotado hoje em muitas igrejas. De maneira geral caracteriza-se por:

1. Melodia pouco trabalhada, com poucas frases musicais que são muito repetidas. As letras também são curtas e repetitivas.

2. Geralmente são músicas lentas e de compassos simples, embora algumas tenham uma "ponte" antes do final com ritmo mais intenso.

3. Arranjo instrumental utilizando muitos pads de teclados e efeitos espaciais (principalmente reverbs "incrementados" e delay). Geralmente a harmonia é pobre, usando poucos acordes.

4. Muita influência do rock celta ou irlandês, principalmente do grupo U2.

5. A maioria das músicas são traduções de músicas americanas, embora já existam algumas compostas aqui.

        Acompanhei as transformações da música evangélica dos anos 60 até agora, chegando ao worship. Naquela época, a base do louvor nos cultos eram os hinos tradicionais de origem americana e europeia. São hinos riquíssimos, em sua maioria com letras de conteúdo bíblico muito edificantes e didáticas. Cantor Cristão e outros hinários eram usados. Os corais e quartetos também introduziam nos cultos a música negra americana, especialmente os maravilhosos "negros espirituals" (era assim mesmo que pronunciávamos).

        No final dos anos 60 surgiu um movimento nos EUA que influenciou muito a música evangélica: O Povo de Jesus. Eram ex hippies convertidos a Jesus que produziam música cristocêntrica, mas com uma riqueza musical contemporânea trazida dos estilos que antes tocavam e cantavam. Muitos começaram a compor nas igrejas americanas seguindo esse caminho aberto, como Kurt Kaiser, Ralph Carmichael e outros. Aqui no Brasil surgiu o grupo Vencedores Por Cristo, que começou a traduzir e gravar essa nova música de louvor americana.

        Nos anos 70 começa uma produção de música evangélica Brasileira. A Aliança Bíblica Universitária promoveu as músicas do Wolô, com letras de poesia riquíssima e melodias inspiradas nos estilos de nossa terra. Vencedores Por Cristo revolucionaram a música evangélica em 1976 com o LP "De Vento em Popa" com todas as músicas de estilos brasileiros e autores brasileiros, como Sérgio Pimenta, Guilherme Kerr, e outros. Seguiram-se outras gravações de VPC, sempre primando por letras bíblicas e qualidade musical, revelando outros compositores como Nelson Bomilcar, Jorge Rehder, João Alexandre, e outros. Tornaram-se uma poderosa influência no louvor das igrejas brasileiras. Logo em seguida surgiram o Grupo Rebanhão, Asaph Borba,  Jairinho e Paulo Cezar (Grupo Elo, depois Logos)  e muitos outros compondo louvor de qualidade. Os anos 80 seguiram nessa tendência.

        Em 1992 a Convenção Batista Brasileira lançou o Hinário Para o Culto Cristão. Novos hinos, muitos brasileiros, foram acrescentados aos cultos. Entretanto, àquela época várias gravadoras começavam a explorar comercialmente o "filão" evangélico. Rádios evangélicas também surgiram em várias cidades do Brasil, muitas delas com interesses puramente comerciais e políticos. O foco foi deslocado para o lucro financeiro, e consequentemente, gravadoras e rádios investiram "pesado" no meio evangélico. As gravadoras investiram muito na tradução e gravação dos sucessos norte americanos, principalmente de Ron Kenoly e outros do mesmo estilo. Era a música "Gospel" invadindo as igrejas e a música evangélica brasileira perdendo espaço.

        Com a expansão da Internet e popularização das redes sociais, a fonte de divulgação musical passou a ser os meios digitais da rede. Hoje essa é a grande influência musical nas igrejas. Modismos e tendências são rapidamente divulgados. Igrejas que importaram o estilo "worship", tidas como "referência", rapidamente o divulgaram em suas transmissões. Cantores comerciais apostaram no estilo e gravaram. Rapidamente tornou-se moda e muitas igrejas o adotam numa atitude pragmática, sem muita reflexão.

        É importante ressaltar que muitas características das mídia digitais estão presentes no estilo "worship": pouca elaboração e aprofundamento, muito estímulo sensorial, pouco estímulo ao raciocínio. Embora reconheça que algumas músicas fujam à regra, o "worship" pode ser definido como um estilo superficial e de grande apelo emocional. Basta uma análise musical e das letras para comprovar.

                                                 Pr. Dalton de Souza Lima

UNIDADE E COMPROMISSO COM A PALAVRA.

    Unidade significa somente compartilhar os mesmos momentos de culto religioso? Vai muito além. Em João 17 vemos que a unidade é resultado de amar a Jesus, e que este amor é condicionado a guardar os seus mandamentos (João 14:21) Portanto, se alguém não guarda a Palavra não tem unidade com Jesus nem com sua igreja. A verdadeira unidade, portanto, só é possível se há verdadeiro comprometimento com a Palavra. Isso nos leva a amarmos verdadeiramente aos nossos irmãos, e a rejeitarmos os valores pecaminosos.

         Se alguém ama mais a um candidato, partido ou ideologia que a Jesus ou a seus irmãos, não tem unidade com sua igreja. Mas se alguém que se diz cristão e não se posiciona a favor da Palavra e não condena ideologias e valores contrários a ela, não tem unidade com Cristo e seus discípulos.

    Nós, batistas, praticamos o princípio da separação entre igreja e estado. Nossas igrejas não assumem posições político partidárias. Mas como discípulos de Cristo temos o dever de combater valores e posicionamentos anticristãos, como aborto livre, ideologia de gênero, racismo, liberação do uso de drogas, etc.

        É lamentável que muitos pastores e  líderes, com o dever de orientar o povo de Deus segundo sua Palavra, não o façam em nome de uma "unidade" que em muitas igrejas não existe mais, pois tornaram-se centros de entretenimento e auto-ajuda ou ONGS humanitárias e de ativismo ideológico.

        Que Deus se apiede de seu povo e nos envie verdadeiro avivamento, com definições claras ao lado de Jesus e sua Palavra.

                                     Pr. Dalton S. Lima