domingo, 10 de março de 2024

ABORTO: MALDADE IRRESPONSÁVEL

 Salvo os casos já estabelecidos na lei de nosso país, não consigo entender a necessidade do aborto. Há um grande empenho dos movimentos e partidos de esquerda, bem como da grande mídia, pela legalização do aborto indiscriminado e até os 9 meses de gestação. Alegam vários motivos para não trazer ao mundo um bebê indesejado. Mas, se há tantos meios eficazes e amplamente acessíveis de se evitar a gravidez, porque partir para o aborto como solução? Matar uma vida indefesa dentro do ventre da mãe pode ser considerado uma solução? Tenho pesquisado sobre o aborto, e é um procedimento no mínimo desumano com o feto. Muitas mães que optam pelo aborto sofrem sequelas emocionais pelo resto da vida, por mais que suas consciências tentem justificar o ato. Isso sem mencionar possíveis sequelas físicas.

O feminismo, que hoje tanto milita em favor do aborto livre, criou a máxima “meu corpo, minhas regras” para tentar justificar o aborto. Entretanto, uma criança em gestação não é, de forma alguma, uma parte descartável do corpo da mulher. É um novo ser, diferente dela. A prova física é que possui material genético próprio e diferenciado. É uma nova vida cujos pais, ou a mãe, tem a responsabilidade e o privilégio de amar, cuidar, e proteger.

Vivemos hoje a pecaminosa cultura da irresponsabilidade: as pessoas não querem ser responsáveis por seus atos e consequências. Adolescentes, jovens, e adultos também, “divertem-se” com sexo irresponsável, fora do casamento, e nem se dão ao trabalho de usar os meios contraceptivos. Se a gravidez ocorre, partem para o aborto. A um erro acrescentam outro abominável. Também há casais que utilizam aborto como meio de planejamento familiar. Novamente pergunto: porque, se há tantos meios contraceptivos?

Além da irresponsabilidade, existe a maldade do desprezo à vida humana: se a chegada de uma criança vai trazer “problemas” indesejáveis, então ela é morta enquanto ainda não é conhecida. Numa atitude cínica e hipócrita, os abortistas pensam que as consequências emocionais e sociais não serão tão graves quanto matar uma criança já nascida (esquecem que Deus vê e se indigna, e trará tudo a juízo). Nossa cultura pervertida vê as crianças como estorvos. Mas a Bíblia ensina que filhos são bênçãos de Deus.

A França acaba de legalizar o aborto, e em muitos outros países este processo está em curso. Mas mesmo que o nosso país também o faça, vai continuar sendo pecado. Não podemos nos deixar influenciar pelos valores deste mundo que jaz no maligno. Devemos ser sal da terra e luz do mundo (I João 5:19, Mateus 5:13-15). Temos o dever de denunciarmos o pecado e lutarmos contra as trevas. Senão seremos cúmplices por omissão (Efésios 5:11-13. Amemos as crianças antes mesmo de sua gestação e as protejamos, ensinemos aos nossos filhos os princípios bíblicos, o valor da vida humana, e a responsabilidade. Anunciemos ao mundo o juízo e a justiça de Deus. Ele nos pedirá contas destas coisas (Ezequiel 3:18-21).

pr. Dalton de Souza Lima


quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

COMO JOÃO BATISTA

 João Batista foi grande diante de Deus, e Jesus afirmou que ele foi o maior de todos os homens (Lucas 1:15, Mateus 11:11). Sua missão foi preparar o povo para o ministério de Jesus (Lucas 1:76-77). Fez isso mostrando o pecado do povo e chamando-o ao arrependimento, além de anunciar que o Messias estava entre eles (Lucas 3:7-18, João 1:19-38). É preciso estar consciente do pecado e arrependido para aceitar o perdão de Cristo.

      Grande diante de Deus, mas perseguido pelos poderosos. João batista denunciou o pecado de Herodes ao adulterar com a esposa de seu irmão, e todas as outras maldades que cometeu (Lucas 3:19). Herodes o prendeu por isso, e Herodias, a esposa do irmão de Herodes, usou de um estratagema para conseguir a execução de João Batista (Mateus 14:1-11).

     Porque João Batista não continuou seu ministério sem acusar o pecado do rei? Porque fazia parte de sua missão. E Jesus não o censurou por isso. Tranquilizou-o antes de sua execução, e afirmou que ele era o maior profeta que já existiu (Lucas 7:19-28). João Batista foi fiel à sua missão até o fim, e pagou um alto preço por isso.

     Como João Batista, somos profetas na nossa geração. Pregamos o Evangelho chamando o povo ao arrependimento e à fé em Cristo, pois o juízo de Deus é certo. E denunciamos o pecado mesmo dos poderosos. Estamos dispostos a pagar o preço?

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

FIDELIDADE DOUTRINÁRIA VERSUS DEVOÇÃO CRISTÃ

    É muito preocupante o fato de alguns escritores e preletores afirmarem ou insinuarem que a fidelidade doutrinária é antagônica à devoção cristã. Trata-se de uma falácia perigosa. É a fidelidade às doutrinas bíblicas que nos leva à verdadeira devoção cristã. Sem ela, nossa devoção descamba para o fanatismo, superstição, mera religiosidade ou ativismo humanista. Por isso o Inimigo trabalha tanto contra a sã doutrina. Em seu desejo de destruir a obra de Deus, ele procura desvalorizar as doutrinas bíblicas e sbstituí-las pelo marketing religioso, auto-ajuda espiritual, diversão eclesiástica e ativismo social. É justamente por falta de doutrina bíblica que presenciamos tanto mundanismo e graves desvios: "por falta de conhecimento meu povo é destruído" (Oseias 4:6). "Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos"(II Timóteo 4:3).

      Paulo é o exemplo vivo de que não existe contradição entre doutrina e devoção. Trabalhou intensamente pela firmeza doutrinária das igrejas, ensinando-as e corrigindo-as pessoalmente e por meio das epístolas, e exortou-as a rejeitar os falsos mestres (Romanos 16:17-18, I Corítios 2:1-2, Gálatas 1:6-9, Efésios 4:14, II Timóteo 4:3). Instruiu também os pastores que o sucederiam a serem fiéis à sã doutrina (Tito 1:7-9, 2:1, I Timóteo 1:3, 4:6 outros). Mas foi também um crente totalmente devotado a Deus, voltado para a pregação do Evangelho e para a prática das virtudes cristãs.

      A primeira igreja cristã era cheia de vida, com uma comunhão verdadeira e vigoroso testemunho de Cristo. Mas a sua primeira característica apresentada foi a perseverança na doutrina dos apóstolos (Atos 2:42). Isso demonstra que para ser verdadeira igreja e cumprir sua missão é necessário, antes de tudo, firmar-se na doutrina dos apóstolos.

      Portanto, não caiamos na sutileza falaciosa de uma devoção destituída de fidelidade doutrinária. E lembremo-nos que a nossa principal função como pastores é o ensino da Palavra. Assim sendo, dediquemo-nos a ensinar a sã doutrina. "Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina." (Tito 2:1)

Dalton S. Lima

terça-feira, 27 de junho de 2023

A BÍBLIA E O USO DA BEBIDA ALCOÓLICA

          Até alguns anos atrás havia consenso quase total entre os evangélicos brasileiros de que não deveriam fazer uso de bebida alcoólica. O ensinamento geral dos textos bíblicos e o fato do álcool ser tóxico eram motivos suficientes. Entretanto, hoje existem evangélicos (até pastores) que defendem o consumo da bebida alcoólica. Para isto procuram respaldo em alguns textos bíblicos.

Entre os povos antigos, já era conhecido o caráter prejudicial da bebida alcoólica. Textos antigos relatam, e são confirmados por descobertas arqueológicas, que os gregos evitavam fazer uso de bebida alcoólica. Bebiam o vinho diluído em quatro partes de água para evitar seus efeitos indesejáveis. Só bebiam vinho alcoólico puro quando queriam embriagar-se 1. A mesma prática de diluir o vinho fermentado em água era comum entre os judeus: “O Talmude (uma obra judaica que trata das tradições do judaísmo entre 200 a.C. e 200 d.C.) fala, em vários trechos, da mistura de água com vinho (e.g., Shabbath 77a; Pesahim 1086). Certos rabinos insistiam que, se o vinho fermentado não fosse misturado com três partes de água, não podia ser abençoado e contaminaria quem o bebesse. Outros rabinos exigiam dez partes de água no vinho fermentado para poder ser consumido”2 . Certamente, isto era resultado do ensino da Palavra de Deus.

Na Bíblia, a palavra vinho aparece referindo-se tanto ao suco de uva como ao vinho com teor alcoólico. O contexto em que a palavra é empregada é que nos esclarece a qual dos dois se refere. A expressão bebida forte refere-se sempre à bebida alcoólica. Também há textos bíblicos que mencionam vinho novo referindo-se ao suco de uva, e vinho velho referindo-se ao que já passou pelo processo de fermentação e possui teor alcoólico. O Senhor Jesus comparou sua mensagem e domínio ao vinho novo, sem álcool, e ao censurar os fariseus por se apegarem a tradições corrompidas, comparou-os àqueles que preferem o vinho velho mesmo depois de provarem o vinho novo (Lucas 5:30-39). Está implícita, embora secundária neste texto, a reprovação de Jesus ao uso do vinho velho (caso contrário, não teria usado esta comparação). E trata-se também de um forte indício de que, à época de Jesus, os judeus preferiam o vinho novo.

Alguns textos isolados podem causar a impressão de que o uso da bebida alcoólica é recomendado aos crentes. Mas a Bíblia, como um todo, condena o uso da bebida. Obviamente, devemos aceitar o ensino geral da Bíblia. Caso contrário, as conclusões serão incoerentes com o contexto maior. Sobre isto, o pastor Delcyr de Souza Lima afirmou: “Nossas decisões para formarmos um modelo de vida não podem ser tomadas com base em textos obscuros ou de aplicação em casos de exceção. Nossas decisões devem ser tomadas baseadas no que é claro e objetivo. Vivemos pelo que entendemos, e não pelo que não entendemos.”. Examinemos os textos:


1. TEXTOS CLARAMENTE CONTRÁRIOS

  • Não bebereis vinho nem bebida forte, nem tu nem teus filhos contigo, quando entrardes na tenda da revelação, para que não morrais; estatuto perpétuo será isso pelas vossas gerações, E para fazer diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo, E para ensinar aos filhos de Israel todos os estatutos que o SENHOR lhes tem falado por meio de Moisés. Levítico 10:9-11

Explicação: Trata-se de uma ordem para os sacerdotes, que deveriam apresentar ao povo o ideal de uma vida de santidade a serviço de Deus. O uso da bebida forte é apresentado como algo impuro e profano.


  • abster-se-á de vinho e de bebida forte; não beberá, vinagre de vinho, nem vinagre de bebida forte, nem bebida alguma feita de uvas, nem comerá uvas frescas nem secas. Números 6:3

Explicação: Esta ordem é dada aos nazireus, isto é, os primogênitos, que eram consagrados a Deus desde o seu nascimento, ou pessoas que espontaneamente faziam o voto de se consagrarem a Deus.

Note-se que todo risco de ingestão de álcool deveria ser evitado, pois com o passar do tempo o vinho novo fermentaria ao envelhecer e produziria teor alcoólico. O vinagre é resultado da última etapa da fermentação, quando o álcool é transformado em ácido acético. Entretanto, naquela época não dispunham de meios para saber quando todo o álcool já estava ausente.

Note-se também a preocupação radical de que o nazireu não ingerisse nada que lhe lembrasse o vinho, para que não pensasse em seu consumo.

Fica realmente evidente que, aquele que era consagrado a Deus deveria praticar uma recusa radical em relação à bebida alcoólica.


  • Agora pois, toma cuidado, e não bebas vinho nem bebida forte, e não comas coisa alguma impura; Juízes 13:4

  • porém disse-me: Eis que tu conceberás e terás um filho. Agora pois, não bebas vinho nem bebida forte, e não comas coisa impura; porque o menino será nazireu de Deus, desde o ventre de sua mãe até o dia da sua morte. Juízes 13:7

  • de nenhum produto da vinha comerá; não beberá vinho nem bebida forte, nem comerá coisa impura; tudo quanto lhe ordenei cumprirá. Juízes 13:14

Explicação: Esta ordem diz respeito a Sansão, pois o Espírito do Senhor estaria nele deste o ventre de sua mãe, para que ele fosse usado poderosamente como libertador de seu povo.


  • O vinho é escarnecedor, e a bebida forte alvoroçadora; e todo aquele que neles errar não e sábio. Provérbios 20:1

  • Para quem são os ais? para quem os pesares? para quem as pelejas, para quem as queixas? para quem as feridas sem causa? e para quem os olhos vermelhos?

Para os que se demoram perto do vinho, para os que andam buscando bebida misturada.

Não olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente.

No seu fim morderá como a cobra, e como o basilisco picará.

Os teus olhos verão coisas estranhas, e tu falarás perversidades.

o serás como o que se deita no meio do mar, e como o que dorme no topo do mastro.

E dirás: Espancaram-me, e não me doeu; bateram-me, e não o senti; quando virei a despertar? ainda tornarei a buscá-lo outra vez.

Provérbios 23:29-35

  • Não é dos reis, ó Lemuel, não é dos reis beber vinho, nem dos príncipes desejar bebida forte; Provérbios 31:4

Explicação: O Livro de provérbios é muito claro em suas advertências quanto aos perigos do uso da bebida alcoólica. Sua ordem é para nem se expor à tentação de consumir (“não olhes para o vinho”), numa atitude de total rejeição, pois seu uso se contrapõe totalmente à sabedoria. Assim, a tentativa de fazer uso moderado da bebida alcoólica, não é aprovada e opõe-se à sabedoria, pois o risco potencial da embriaguez e suas consequências sempre estão presentes. O autor de Eclesiastes colocou a sua tentativa de fazer uso moderado do álcool sem afastar-se da sabedoria na lista de coisas vazias e sem sentido (Eclesiastes 2:3-11).


  • Ai dos que são poderosos para beber vinho, e valentes para misturar bebida forte; Isaías 5:22

Mas também estes cambaleiam por causa do vinho, e com a bebida forte se desencaminham; até o sacerdote e o profeta cambaleiam por causa da bebida forte, estão tontos do vinho, desencaminham-se por causa da bebida forte; erram na visão, e tropeçam no juizo. Isaías 28:7

Explicação: Entre outros pecados apontados por Deus, o povo de Judá consumia bebida alcoólica. Os que faziam isto julgavam-se fortes o suficiente para não se embriagarem. Mas eram atingidos por seus efeitos, perdiam seus freios, e deixavam-se corromper, inclusive sacerdotes e profetas.


  • porque ele será grande diante do Senhor; não beberá vinho, nem bebida forte; e será cheio do Espírito Santo já desde o ventre de sua mãe; Lucas 1:15

Explicação: João Batista, como homem cheio do Espírito Santo e completamente consagrado aos propósitos de Deus, não deveria consumir bebida forte.


  • Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outra coisa em que teu irmão tropece. Romanos 14:21

Explicação: O servo de Cristo deve renunciar a qualquer coisa que possa fazer seu irmão tropeçar na fé, seja a carne sacrificada aos ídolos ou o consumo de bebida alcoólica.


  • E não vos embriagueis com vinho, no qual há devassidão, mas enchei-vos do Espírito, Efésios 5:18

Explicação: O Novo Testamento ensina, com muita clareza, o que já é ensinado no Velho Testamento: O uso da bebida alcoólica é empecilho a sermos controlados e usados pelo Espírito Santo. Ao invés de deixar-nos levar por nossos desejos carnais, devemos ser completamente submissos ao Espírito Santo de Deus. Alguns crentes creem que a ênfase está em não embriagar-se, mas a realidade é que o consumo de bebida alcoólica é resultado de concupiscência, e sempre traz o risco potencial da embriaguez. Quem dá prioridade a ser controlado pelo Espírito Santo renuncia aos desejos carnais, inclusive o consumo da bebida alcoólica.


  • não dado ao vinho, não espancador, mas moderado, inimigo de contendas, não ganancioso; 1 Timóteo 3:3

Pois é necessário que o bispo seja irrepreensível, como despenseiro de Deus, não soberbo, nem irascível, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; Tito 1:7

Explicação: O pastor não deve ser um apreciador de bebida alcoólica, pois ele deve apresentar em sua conduta o padrão de vida para todos os crentes, servindo de exemplo aos irmãos. Portanto, abster-se da bebida alcoólica é propósito para todos os crentes em Cristo.


2. TEXTOS APARENTEMENTE FAVORÁVEIS

  • Dai bebida forte ao que está prestes a perecer, e o vinho aos amargurados de espírito. Provérbios 31:6

Explicação: A ênfase considerando os demais versículos deste texto, é que o rei não deve consumir bebida alcoólica. Este versículo não invalida o texto, mas apresenta uma exceção para o seu consumo como lenitivo para os moribundos que sofrem dores e estão amargurados. Trata-se de exceção, e não de uma regra geral.


  • E aquele dinheiro darás por tudo o que desejares, por bois, por ovelhas, por vinho, por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; comerás ali perante o Senhor teu Deus, e te regozijarás, tu e a tua casa. Deuteronômio 14:26

Explicação: A alegria não vem do uso da bebida, mas de cumprir uma ordem de Deus quanto ao dízimo. O texto não está recomendando o uso da bebida, mas mencionando uma situação. O ensino central do texto é sobre o dízimo. Somente retrata a realidade que, em seus primórdios, o povo de Israel fazia uso da bebida, embora não fosse dos propósitos de Deus. A poligamia também não era plano de Deus, mas era praticada em Israel, e havia até preceitos na lei de Israel a respeito dela (Deuteronômio 21:15). A revelação progressiva de Deus foi trazendo luz sobre sua vontade para nós.


  • A oferta de libação do mesmo será a quarta parte de um him para um cordeiro; no lugar santo oferecerás a libação de bebida forte ao Senhor. Números 28:7

Explicação: O ato de derramar bebida alcoólica perante Deus como oferta não pode ser interpretada como uma aprovação de Deus para o seu consumo, pois ele o condena. Os sacerdotes eram proibidos de fazerem uso de bebida forte quando estavam servindo a Deus no templo, e a justificativa para isto é que tal abstinência servia para ensinar a diferença entre o santo e o profano, entre o imundo e o limpo. (Levítico 10:8-11). Ou seja, o sacerdote colocava diante de Deus algo que era impuro e profano, mas a que tinha renunciado para servir a Deus em santidade e consagração. Esta atitude representava “aroma agradável ao Senhor” tanto quanto o holocausto oferecido a Deus. No Novo Testamento há a ordem de apresentarmos nossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o nosso culto racional (Romanos 12:1).


  • Três dias depois, houve um casamento em Caná da Galiléia, e estava ali a mãe de Jesus;

e foi também convidado Jesus com seus discípulos para o casamento.

E, tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Eles não têm vinho.

Respondeu-lhes Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora.

Disse então sua mãe aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser.

Ora, estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam duas ou três metretas.

Ordenou-lhe Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima.

Então lhes disse: Tirai agora, e levai ao mestre-sala. E eles o fizeram.

Quando o mestre-sala provou a água tornada em vinho, não sabendo donde era, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a água, chamou o mestre-sala ao noivo

e lhe disse: Todo homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho. João 2:1-10


Explicação: Certamente Jesus transformou a água em vinho novo, pois, judeus por esta época evitavam uso de bebida forte devido às instruções da Palavra de Deus (veja textos anteriores).


  • veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizeis: Eis aí um comilão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores. Lucas 7:34

Explicação: Jesus está repetindo o que diziam a respeito dele para denegri-lo. Por sua participação nos banquetes que lhe eram oferecidos, Jesus está sendo acusado de glutão e beberrão por seus adversários. Isto demonstra como o uso da bebida alcoólica era mal visto pelos judeus na época de Jesus (veja Provérbios 23:20). O vinho novo (suco de uva) é que era usualmente consumido às refeições.


  • Não bebas mais água só, mas usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades. 1 Timóteo 5:23

Explicação: Paulo está recomendando o uso do vinho misturado com água como medicação para as enfermidades de Timóteo. Na época havia pouco conhecimento de medicina e farmácia, e poucos produtos estavam disponíveis como remédios. Portanto, trata-se de uma exceção para aquela época, e não um ensino geral.


Conclusão:

  1. Embora israelitas fizessem uso da bebida alcoólica, fica claro examinando os textos bíblicos que o propósito de Deus não é este.

  1. Sacerdotes, profetas, e homens consagrados a Deus, deveriam abster-se do álcool. Quem quer servir a Deus deve fazer assim.

  1. Nos exemplos de Sansão e João Batista, vemos que o uso do álcool não é compatível com a atuação do Espírito Santo, verdade que é ratificada claramente no Novo Testamento (Efésios 5:19).

  1. A bebida alcoólica é traiçoeira e mortal como animais venenosos escondidos. Tal qual a vítima que corre perigo sem saber, aquele que tenta beber moderadamente corre o risco de entregar-se totalmente ao álcool. Muitas pessoas que iniciam bebendo moderadamente tornam-se vítimas do alcoolismo (Provérbios 23:32)

  1. Se há o risco de escandalizar um irmão devido ao uso da bebida alcoólica, melhor não beber.

  1. O Novo Testamento deixa claro que não devemos ser apreciadores de bebida alcoólica.


A Bíblia ensina que somos massa nova sem fermento velho, tal qual a páscoa. Devemos renunciar a qualquer coisa que nos atrapalhe de buscar a Deus e servi-lo. Se colocarmos nossos desejos, apetites e paixões carnais acima da Palavra de Deus, certamente isto não será possível. Se estivermos atentos e submissos à Palavra de Deus, poderemos celebrar a festa da nossa libertação em Cristo em sinceridade e verdade (I Coríntios 5:7-8).


Pr. Dalton S. Lima


1 Revista Aventuras na História. Editora Abril. Edição 68

Grande Enciclopédia Barsa. 3ª ed. São Paulo, Barsa Planeta Internacional, 2004. Volume 14 p. 393

2 http://www.midiagospel.com.br/estudos/doutrinarios/o-vinho-nos-tempos-do-novo-testamento-2.html

terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

USE O DISCERNIMENTO ESPIRITUAL

Uma das características do cristão maduro é a capacidade de discernimento, pois ele tem "a mente de Cristo". Ou seja, ele tem como referencial os valores de Cristo, e o desejo de agir segundo esses valores (I Coríntios 2:14-15).

O Senhor Jesus também assegurou-nos a presença do Espírito Santo para, entre outras coisas, nos ensinar e lembrar os ensinamentos de Jesus (João 17:26).  Portanto, o Espírito Santo nos dá a capacidade de entendermos a Palavra de Deus, onde estão registrados os ensinamentos de Jesus, e de lembrarmos dela aplicando-a ao nosso viver.

Assim, por meio da atuação do Espírito Santo e do estudo da Bíblia, o crente tem verdadeira capacidade de discernimento, enxergando além da mera aparência e compreendendo bem as implicações espirituais de cada escolha e de cada acontecimento.

Entretanto, há um grande obstáculo ao nosso pleno discernimento: o Diabo tenta confundir nossa mente com falsos ensinamentos, para que a Bíblia deixe de ser o nosso referencial. À época do apóstolo João já existiam falsos mestres infiltrados entre os cristãos ensinando a heresia de que Cristo era um espírito sem corpo. João ensinou aos crentes que aqueles estavam a serviço do Diabo (que ele chama de anticristo) e que, ao invés de dar-lhes ouvidos, deveriam colocá-los à prova. Obviamente, o ensino do apóstolo era o padrão, o referencial para discernir o que vem de Deus ou é de procedência maligna. João enfatizou que os padrões mundanos de pensamento não servem como referencial (I João 4:1-6).

Precisamos muito exercer essa capacidade de discernimento. Se Deus no-la deu, somos responsáveis em exercê-la. O ensino de João "não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus" continua valendo para nós hoje. Devemos pedir sabedoria a Deus e comparar tudo com a sua Palavra.

Não devemos "engolir" prontamente as informações e notícias. Devemos conferir as fontes e suas intenções à luz da Palavra de Deus. O mesmo devemos fazer em relação aos ensinamentos que circulam pelas mídias, que muitas vezes são até muito atraentes, mas que podem ser falsidades extremamente danosas. Apóstolo Paulo exortou a avaliar ou discernir mesmo a mensagem dos pregadores (I Coríntios 14:29). Portanto, tudo deve passar pelo crivo do Espírito Santo e da Palavra de Deus.

Não devemos ser conduzidos por homens, e muito menos por ensinamentos diabólicos e mal intencionados. Devemos ser conduzidos pelos ensinamentos de Jesus. Portanto, exercitemos nossa capacidade de discernimento dada por Ele. Assim teremos correta percepção dos fatos, e também faremos escolhas corretas, segundo a vontade dEle.

pr. Dalton de Souza Lima